Como atividade da interdisciplina Seminário Integrador III, foi proposta a tarefa de escolhermos duas postagens de nosso blog e avaliarmos seus argumentos.
Philippe Ariès, um grande historiador francês, problematizou o conceito de infância e fez uma análise de três períodos distintos (que vai do século XIII ao século XVIII e do século XVIII à atualidade). Ele afirma que não havia distinção entre o mundo adulto e o infantil, as crianças viviam em meio ao universo dos adultos. Falavam e se vestiam como eles, jogavam os seus jogos e até participavam de suas festas.
Entendo como infância desde que a criança nasce até o período da adolescência.
É um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo mudanças no comportamento da pessoa na aquisição das bases de sua personalidade. Do nascimento até o início da adolescência os pais são os modelos da criança, com quem elas aprendem, principalmente por imitação. A principal atividade das crianças são as brincadeiras, as quais são responsáveis por estimular o desenvolvimento infantil, a coordenação motora e diversos outros aspectos importantes ao desenvolvimento pleno da criança.
Pode-se afirmar que no limiar do século XXI começam a surgir outros modos de olhar e tratar a criança, através de novas concepções acerca da infância. Um dos trabalhos mais sistematizados sobre esse pensar diferente a criança chega através da obra de Sônia Kramer (1996), que faz um estudo sobre as concepções de infância, e coloca a criança como sujeito social, criadora de cultura, desveladora de contradições e com outro modo de ver a realidade. Kramer (1996) apresenta junto com outras autoras essa concepção, tendo como referenciais Walter Benjamin, Lev S. Vygotsky e Mikhail Bakhtin.. Convém destacar que encontro na obra dessa autora, diretamente ligada à área da educação, um estudo elaborado acerca da ideia de infância que serve como referencial. Para Kramer (1996):
(...) a criança é concebida na sua condição de sujeito histórico que verte e subverte a ordem e a vida social. Analiso, então a importância de uma antropologia filosófica (nos termos que dela falava Walter Benjamin), perspectiva que, efetuando uma ruptura conceitual e paradigmática, toma a infância na sua dimensão não-infantilizada, desnaturalizando-a e destacando a centralidade da linguagem no interior de uma concepção que encara as crianças como produzidas na e produtoras de cultura.
Os aspectos relacionados à concepção de infância e sobre como as crianças eram tratadas e educadas permitem analisar e refletir melhor sobre as concepções hoje existentes, também possibilitando uma reflexão sobre a educação e a escola hoje.